sábado, 28 de junho de 2008

Sobre lembranças, pensamentos e orkut...

Lavando a louça do almoço meu pensamento voou até o meu pai. E me lembrei de duas ou mais situações em que ele me consolou de uma maneira tão simples e tão direta. Meu pai sempre foi o contraponto da minha mãe, era alegre e triste na mesma proporção, sonhador sempre e desiludido algumas vezes, ao contrário da minha que possui uma fé inabalável, meu pai a perdia com uma certa facilidade, assim como eu... Enfim, estava lavando a louça e recordei dois momentos emblemáticos: o primeiro quando tive minha primeira desilusão amorosa e ele me consolou dizendo que os meninos eram assim mesmo, na falta de coragem para terminar, eles simplesmente sumiam e me confidenciou que algumas vezes agiu assim... A outra foi quando eu nutria uma paixão pra lá de platônica pelo meu ex-marido... Sim... Meu ex-marido... Me apaixonei por ele aos dezesseis anos, paixão fulminante... Estava apaixonada, esperançosa porque ele acabara de se separar... Sim, ele casou antes... E eu fui a segunda mulher dele... Mas voltando ao ponto, estava eu tecendo sonhos de amor por ele, quando ele chegou lá em casa para visitar minha avó. Mas ele não veio sozinho, veio com a nova namorada...Nossa, meu mundo de sonhos desabou sobre a minha cabeça... Eu me lembro bem da minha mãe entrando para me avisar q ele tinha chegado com a namorada, para eu ficar calma, lembro da minha avó entrando também para me avisar... E eu pensei aflita: nossa, todos sabem?!! Respirei fundo e fui ao encontro dos dois. Falei com os dois numa boa, totalmente calma, mas por dentro eu morria... No dia seguinte, lembro de acordar de ressaca (sem ter bebido), me arrumar e ir pra faculdade. Quando voltei, não quis almoçar e fui dormir. Acordei com o meu pai olhando para mim e dizendo que eu não ficasse assim porque ele não sabia do amor q eu sentia, que a vida dava muitas voltas e que eu me tranquilizasse, serenasse meu coração e deixasse a vida me levar... Lembro que ele falou tudo isso, me deu um beijo no topo da cabeça e saiu... Tenho que confessar que ao lembrar desses fatos, especialmente deste, as lágrimas surgem sem cerimônia nos meus olhos... Anos mais tarde, eu casei, dois anos depois meu pai morria, meses depois eu me separava e retornava para me separar definitivamente alguns aninhos depois. E eu sei que se meu pai estivesse vivo, ele do jeito simples e meigo que só ele tinha, diria as palavras certas...
Mas o que o orkut tem a ver com minhas lembranças paternais... Bem, ao terminar minha tarefa doméstica, sentei em frente ao computador para ler e-mails (estou com 486 e-mails), olhar o orkut, etc e tal... Não sei porque me lembrei dum carinha por quem nutri uma paixão penélopiana (tenho um quê de Penélope, não a charmosa, a do Ulisses)... Curiosa, fui ver se ele tinha orkut, surpresa boa, ele tem!!! Os anos só o favoreceram. Casou, tem um filho, enfim... Meu pensamento que já estava em pleno vôo, fez com que voasse para o dia em q o conheci. Morava em Botafogo, e tinha (ainda tenho, só q ela moa na Bahia) uma amiga q era minha vizinha. Morávamos porta com porta. Um belo dia, lembro que era um sábado, ela foi lá em casa para me intimar a sair com ela, seu primo de Vitória e uns amigos dele. Aceitei, meio assim assim, pq de vez em quando nos enfiávamos em furadas das mais variadas espécies, mas aceitei. Estava toda pronta quando decidi trocar de sapato, me abaixei e sentei minha testa na moldura da janela, putzz, ao mesmo tempo, ela entrava e dizia,com um entusiasmo frenético que os amigos do primo eram gatos e tal... Mas com um galo (exagero) na testa disse q não iria mais, ia colocar gelo na minha testa e coisa e tal e ela disse q de jeito nenhum... Mas insisti e disse q ia pensar... Resolvi que não iria mais e fui na casa dela para dizer e conhecer os tais amigos do primo... Lembro dos sapatos, a primeira visão q eu tive foi dos sapatos dele... Estava segurando o gelo na testa e só via o chão (quis potencializar meu galo para a desculpa sair boa)... E vi o sapato dele, lembro de ter pensado: nossa que pé enorme... Fui subindo a vista até chegar ao rosto dele... Nossa 1,88 de pura beleza, acho que foi um dos caras mais bonitos que tinha visto até aquele momento quiçá até agora... Fiquei boa num instante. Eles vieram falar comigo, demonstraram preocupação e tal, aliás todos eram gatos, mas... Enfim, fomos até a Dr.Smith e passamos, eu e minha amiga, a noite toda flertando, disputando mesmo o tal cara... Não deu em nada... Mas foi uma noite ótima... Meses depois no carnaval, estou na Bahia mais especificamente no Prado, perdida no meio da multidão quando dei de cara com o mesmo cara... Na hora eu pensei q estava tendo alucinação, porque num piscar ele tinha sumido... Achei meu grupo e fomos pular atrás do trio elétrico. Na manhã seguinte fui com os pais da minha amiga conhecer Alcobaça. Quando a irmã dela ( e minha cunhada hoje em dia) me viu abriu um enorme sorriso e disse q o tal carinha estava lá... Não preciso dizer que surtei, ? Bom, só pra resumir esse longo post, terminei meu carnaval vendo o dia amanhecer na praia com ele... Mas isso é história para um novo post!

domingo, 15 de junho de 2008

Sobre sereias e outras fadas...



Numa noite de insônia, escrevi sobre a imagem que os outros fazem de nós... Refleti sobre as tentativas de quebrar essa imagem e cheguei à conclusão que era melhor deixar quieto, aceitar, resignar-se... Pois bem, hoje, vi minha imagem se renovar através das sereias e das fadas... Um antropólogo francês escreveu que existem dentro de nós mil possibilidades e que não poderíamos nunca nos resignar em ser apenas uma delas... Eu sempre acreditei nisso: sou mil possíveis em mim e não posso me resignar em ser apenas um... Eu sou mais... Mas, naquela madrugada de insônia, eu me vi cristalizada numa imagem, que com certeza carrego em mim, mas que não traduz tudo o que sou... E deixei quieto. Hoje percebi a renovação do olhar, a renovação do diálogo, a esperança de um novo caminho para uma amizade... E, devo, apenas, agradecer as sereias e as fadas...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

CRIAÇÕES DOS SETE AOS SETENTA ANOS



Criações dos meus alunos dos sete aos setenta anos...

sábado, 7 de junho de 2008

insônia...

... o que pensar em noites de insônia?
é ruim quando nos damos conta de um lado nosso
nem sei falar sobre isso
é estranho pensar na opinião que as pessoas têm de mim... mais estranho ...quando opinião delas diverge daquela q pensamos ser ... muito mais estranho... quando a opinião ao avesso é feita através de códigos, mensagens, atos que nós mesmos fornecemos e não percebemos q estão sendo apreendidos de uma outra maneira....
Agora o bizarro de tudo isso é que não adianta mais tentar mudar essa imagem...por que parece q ela se cristalizou... e tentar nesta altura do campeonato é chute na trave... o gol não sairá de jeito nenhum...só bola fora...
o que fazer numa noite de insônia quando descobrimos a má impressão q nós mesmos causamos sobre certas pessoas?
Melhor deixar pra lá... deixar quieto...ou como eu ouvi hoje mesmo...deixar acontecer ou deixar não acontecer...
e tentar...talvez...sei lá... modificar, renovar, transmutar... essa noite de reflexão em algo produtivo... melhor mesmo é deixar pra lá... e esperar que um dia essas pessoas que me vêm ou me viram dessa maneira torta renovem o olhar sobre mim...